domingo, maio 28, 2006

INSS em questão

INSS EM QUESTÃO

A seção “Mala Direta” do caderno Economia do “O Globo” apresenta os problemas colocados pelos leitores e, logo abaixo, as respostas das empresas envolvidas. Em alguns casos, segundo essas mesmas empresas, os problemas já foram resolvidos e, em outros, elas argumentam, recusando-se a aceitar as reclamações.

O que existe de interessante nessa história, é o acompanhamento que se pode fazer das questões levantadas pelos cidadãos. Lamentavelmente, o mesmo não acontece com a seção “Cartas dos Leitores”. No jornal de hoje foi possível ler 7, (SETE), cartas reclamando do descaso do INSS com respeito a benefícios aos quais os leitores que escreveram tem direito e estão até hoje à espera dos mesmos.

Os leitores esperam que o jornal ceda a essa instituição um espaço para que se pronuncie, dando uma satisfação aos reclamantes, tal como acontece na seção “Mala Direta”, ainda mais que o que mais se lê na seção cartas dos leitores, são cartas reclamando de benefícios que deveriam ser concedidos pelo INSS, e não são.

sábado, maio 27, 2006

educação II - Pedro II entra em greve segunda feira

Greve de gari ou de motorista de ônibus incomoda. Ainda mais se forem ditas, “por tempo indeterminado”; aí, as autoridades procuram resolver o mais rápido possível os possíveis impasses, uma vez que essas greves causam problemas imediatos à população e por isso não podem durar muito tempo.

Já uma greve de professores parece não incomodar ninguém o “por tempo indeterminado”, ou seja, parece não incomodar ninguém o fato de nossos alunos terem suas aulas paralisadas e em conseqüência um aprendizado de má qualidade. Essa indiferença, a longo prazo, significa que o nosso país continuará mergulhado no subdesenvolvimento. E a quem pode interessar isso? Como é possível que os nossos governantes tratem a educação desse jeito?

No segundo semestre de 2005, o colégio Pedro II esteve em greve por cerca de três meses. Vocês acreditam que uma greve de garis demore uma semana para ser resolvida? Eu penso que não, devido aos transtornos que causaria à cidade. As conseqüências de uma greve dessa categoria profissional são facilmente percebidas, diferentemente do mal que causa uma greve de professores.

As reivindicações de todas as categorias têm que ser ouvidas e tratadas com respeito, ainda mais, os professores, responsáveis que são pela formação dos nossos jovens e crianças, futuro do Brasil.

segunda-feira, maio 22, 2006

Educação

Uma grande faixa colocada na frente do colégio Pedro II DO Engenho Novo, diz:

“O Presidente Lula não cumpriu o que foi combinado. O ano letivo de 2006 pode ser prejudicado”.

Não dá para entender, pois na semana passada o presidente declarou que toda violência ocorrida em São Paulo é conseqüência da pouca atenção dos governos anteriores com a educação, ou seja, a falta de investimentos na educação teria sido responsável pelos atuais maus feitores.

Será que o presidente Lula não teme que futuramente também seja responsabilizado pela continuação da violência resultante da continuação do descaso das autoridades com a educação?

E a greve da UERJ que não termina? Recentemente a imprensa noticiou a dinheirama que foi destinada à ONG”S no Estado do Rio de Janeiro. Pagar salários dignos aos professores e funcionários do Estado não seria uma atitude mais adequada da governadora, ou também ela não está nem aí para a educação, tal e qual a maioria dos nossos governantes?

quarta-feira, maio 10, 2006

Democracia Participativa X Democracia Representativa

Democracia participativa existiu há 2500 anos atrás, quando o povo grego de diversas classes sociais se reunia em praça pública e discutia assuntos de interesse de todos. Existe, hoje, os que acreditam que essa prática possa ser retomada, fazendo-se da Internet, a grande praça virtual, onde os assuntos seriam apresentados e discutidos. Pode ser que seja possível mas, querem saber, passa de hora de darmos à tecnologia, à informática, à Internet, o valor que deve ser dado. Em última análise, são instrumentos que devemos utilizar pra melhorar nossa vida, mas cá pr’a nós, reconheçam, não podem tudo. Assim, devemos ver a democracia participativa, conforme o modelo grego, como algo superado e praticamente impossível de ser recuperada. No entanto, debates sobre questões públicas, podem ocorrer entre moradores de uma mesma rua, de um mesmo prédio e até de um mesmo bairro. Isso seria muito interessante! Quem dera que tal coisa voltasse a acontecer. Porém, em assuntos macros do País, não se pode pensar em democracia participativa, uma vez que não podemos estar todos ao mesmo tempo em praça pública, discutindo as questões.

Assim, somos obrigados, uma vez que preferimos o regime democrático às outras opções, a escolher alguém que nos represente. E aí está o X do problema, que é, não podemos ser representados por alguém que não esteja preparado para tal, e isso quer dizer o seguinte: o cidadão candidato a nos representar tem que estar intelectualmente e ser moralmente preparado. E aí, como isso se resolve? Respondo, a Educação resolve. Precisamos de uma educação com qualidade para todas as classes sociais e nas diversas classes, poderíamos escolher a dedo os que tivessem vocação política respaldada por uma postura ética que se deseja em um político. Após as escolhas, prepararemos esses eleitos para que exerçam com dignidade suas funções. E os salários? E o custo desses nossos novos políticos? tem que ser um custo palatável, digerível, um preço que possamos pagar e pagaremos sem indignação.

Atualmente as pessoas de caráter e preparadas se esquivam, quando consultadas se aceitariam ocupar determinada função, dizendo, “eu não quero esquentar minha cabeça com isso”. Resultado, os cargos são ocupados, muitas vezes, por pessoas com nenhum preparo e, infelizmente, também muitas vezes, sem nenhum caráter, feito Macunaíma, o herói brasileiro de Osvaldo de Andrade.

Qual a razão disso? É que, não raramente, escolhemos nossos representantes, na base da brincadeira (votamos no pipoqueiro da pracinha, porque ele é gente boa), da simpatia pelo candidato, pela beleza ou carisma pessoal dele, ou até mesmo atendendo solicitação de algum conhecido nosso. Nesses momentos esquecemos de muitas coisas, como por exemplo, que alguém despreparado é facilmente envolvido e influenciado por idéias alheias, e essas idéias podem trazer conseqüências desagradáveis para as pessoas que votam sem ter uma idéia precisa do que pode o voto. E o que pode o voto? O voto dá o poder a que outras pessoas decidam coisa que nos dizem diretamente respeito. Muita coisa. Por exemplo, aumentar ou não os salários, diminuir ou não a alíquota do imposto de renda, construir ou não um hospital, aumento de seus próprios salários (dos parlamentares), tudo isso é decidido através de leis elaboradas pelos políticos nos quais votamos.

E o comportamento ético deles? como aceitar que o plenário da câmara dos deputados desqualifique, tal como vem fazendo, as decisões da comissão de ética da CPMI do mensalão, absorvendo os deputados que conforme parecer dessa comissão de ética, deveriam ser cassados?

Como aceitar que façam acordos entre eles, acordos esses que na maioria das vezes, nem perto passa dos interesses dos seus respectivos eleitores?
Essas coisas têm que ficar bem resolvidas, afinal não estamos aqui para eleger políticos para cuidarem dos seus próprios interesses! Não podemos nos esquecer, tudo passa pela elaboração das leis. São elas que determinam como as coisas são e serão para nós, assim sendo, não podemos desconhecê-las, nem permitir que leis absurdas sejam aprovadas. O povo tem que dar um jeito de criar seu próprio lobby e participar mais dos diversos plenários a fim de que sejam aprovadas leis que realmente cuidem do seu interesse.

quinta-feira, maio 04, 2006

Desperdício de dinheiro (cont.)

DESPERDÍCIO DE DINHEIRO, (CONTINUAÇÃO)

A repercussão da reportagem do “O Globo”, a respeito da farra do combustível por parte de alguns políticos, foi muito grande , que até podemos dizer que abalou os alicerces da classe política. Volto a esse tema, por considerá-lo por demais relevante e também porque, acredito que além desse caso existem muitos outros assuntos que devemos discutir e resolvê-los de maneira objetiva em prol de nossa sociedade.

Muito se pode extrair desse episódio a partir do posicionamento dos próprios parlamentares:

1) Não só nessa questão, como em muitas outras, de interesse do nosso povo, vemos a atuação firme dos (as) Procuradores da República através do Ministério Público apontando falhas e denunciando irregularidades, de modo que devem contar com o apoio total e irrestrito de todos nós; deveríamos, mesmo, sempre que possível, alardear nossa posição de apoio, em relação à esses funcionários;

2) Deputado critica matérias sobre farra dos combustíveis

O deputado Cabo Júlio (PMDB-MG) foi ao plenário da Câmara protestar contra a divulgação da lista dos parlamentares que gastam altas somas com combustíveis. No discurso, ele exigiu que a Mesa da Câmara tome providências para punir os jornalistas que, segundo ele, estariam generalizando e tentando colocar no mesmo balaio os 513 deputados.
Recentemente, no episódio das charges do profeta Maomé feitas pela imprensa européia que gerou forte reação do povo islâmico, o que mais se falou foi que a liberdade de imprensa deve ser respeitada. Concordo, embora considere que a liberdade de expressão não seja um valor absoluto e por isso mesmo pense como José Saramago que disse que liberdade tem limites e compromisso de responsabilidades no espaço onde atua, conforme escreveu Augusto Marzagão, no jornal “O Globo”, em sua coluna intitulada “Liberdade“,do dia 24/04/06.

São episódios completamente diferentes: no primeiro caso trata-se de uma informação sobre o descaso com o dinheiro público por parte de alguns políticos. Isso, não só deve ser denunciado como impedido. Para tanto devemos prestar atenção no trabalho do ministério público, apoiando e incentivando sempre; a imprensa deve ter total autonomia para cumprir sua função em casos como esses, principalmente em países democráticos como o nosso. Sem discussão.
No episódio das charges, pode-se discutir se liberdade de imprensa inclui brincar com o sentimento religioso de um povo.





O deputado Cabo Júlio também protestou contra a decisão da Mesa de discutir a mudança da destinação da verba indenizatória, por causa da suspeita de uso de notas frias pelos parlamentares para justificar os gastos. O corregedor da Câmara, Ciro Nogueira (PP-PI) sugeriu que a verba para combustíveis seja limitada a R$ 4,5 mil mensais.

"... A Mesa tem o dever de punir os jornalistas da Rede Globo que estão fazendo essa generalização", reclamou Cabo Júlio.

Ele ainda reclamou das críticas com os gastos em passagens aéreas. "Querem o quê? Que nós venhamos trabalhar de bicicleta?", protestou.

Verba indenizatória, verba para combustíveis, auxílio moradia, etc...Vocês não concordam que esteja ocorrendo um desperdício de dinheiro, (considerando a famosa relação custo / benefício), e que esteja na hora de reduzir os custos com políticos no Brasil?

Já que citamos o deputado cabo Júlio como a voz que se levantou, entre os políticos, contra a atuação da imprensa, vamos citar também o que disse o deputado do PFL Francisco Rodrigues a respeito de seu próprio envolvimento no caso:

“O que é de direito, não enjeito”

Esta frase proferida pelo deputado, referindo-se à gastança que pratica com combustível, nos dá bem a idéia de que precisamos estar mais atentos ao que motiva nossos parlamentares nas elaborações das leis. Nós, participantes de um regime em que vigora a democracia representativa, esperamos que criem leis que defendam realmente nossos interesses, nos representando, e não leis que nos cause indignação.


Mudando de assunto, quais serão as conseqüências da nacionalização do gás e do petróleo, na Bolívia, pelo presidente Evo Morales?

No mundo globalizado de hoje, as relações entre países democráticos, passam pelo cumprimento dos contratos. No entanto, deve ser duro para um presidente realmente preocupado com seu povo, vê-lo mascando folha de coca para aplacar a fome, enquanto outros países se beneficiam de recursos naturais de seu país.

Também não podemos nos esquecer que o Brasil está para a Bolívia, assim como os Estados Unidos está para o Brasil, ou seja, é uma relação de um país rico e forte com outro pobre e mais fraco.

A lição que fica desse episódio, qualquer que seja seu desfecho, é que em uma relação entre dois países soberanos, ambos devem ser beneficiados, ou seja, o povo desses países deve prosperar sempre, tanto o do mais rico quanto o do mais pobre, caso contrário, não faz qualquer sentido esse relacionamento.