sexta-feira, setembro 29, 2006

Eleições 2006 (2)

Está chegando a hora de votar. Deveremos escolher o presidente, governador, deputado federal, deputado estadual e senador. O Brasil, podemos assim dizer, será entregue de bandeja em alguns casos aos mesmos e, em outros, a novos postulantes aos cargos políticos oferecidos. É interessante notar a vontade com que correm atrás do pote, (sede) ou prato, (fome).

Sede ou fome de se beneficiar com as mordomias tantas, se beneficiar com as possibilidades de levar vantagens em transações escusas ou o desejo patriótico de ajudar o país a se erguer, sair desse marasmo sombrio em que se encontra?

Não sei não, mas considerando-se que a maioria das pessoas honradas, decentes, trabalhadeiras, que conheço, dizem querer distância da política, alguns chegando ao extremo de considerarem uma verdadeira aberração a obrigatoriedade do voto, chego a pensar que somente interesses individuais, particulares, motivam esses candidatos.

Discordo das pessoas decentes que não querem nada com a política ou que reclamam que sejam obrigados a votar, a menos que considerem normal que estranhos dêem rumos as suas vidas. As leis elaboradas por políticos é que decidem nossos destinos, (nossos salários, nossa aposentadoria, aumento da mensalidade dos planos de saúde, continuar ou não existindo o décimo terceiro salário, férias, aumento de tarifas de ônibus, etc...). Tudo que diz respeito a nossa vida, está subordinado as leis elaboradas pelos políticos. Assim, não podemos ficar indiferentes, temos que saber quem são essas pessoas que se propõem a nos representar; precisamos saber quem, brevemente estará lá, por exemplo, no Congresso Nacional, elaborando leis que influenciarão sem dúvida nossa vida.

No que diz respeito aos antigos políticos, podemos saber um pouco de sua atuação política: (foram beneficiados pelo mensalão, são sanguessugas, vampiros, participantes de dossiês, participantes dos escândalo nos Correios? sugiro uma visita ao site http://perfil.transparencia.org.br - informações sobre parlamentares).

Quanto aos novatos, pouco podemos fazer, a não ser lamentar que os apelos que levam alguns a desejarem ingressar na política, são atraentes demais para eles. Bom seria que mordomias fossem extintas e então teríamos pessoas, realmente interessadas em participar da construção e do desenvolvimento do Brasil, envolvidas no processo. Tenho certeza que existem essas pessoas, e um palpite que elas existam, mesmo entre os novatos.

Seria importantíssimo se existissem pré-requisitos para que alguém se candidatasse a um cargo político. Por exemplo, ser capaz de ler, entender e interpretar a constituição, além de necessariamente, ser uma pessoa idônea, o que poderia ser atestado, com folha corrida e alguns outros documentos que poderiam ser criados, se fosse o caso.

Porém como estamos falando desta eleição de 2006, os candidatos são os que se apresentam diariamente no horário eleitoral gratuito e devemos escolher entre eles; nada de voto branco ou nulo porque, ao invés de protestar, poderemos estar ajudando a quem não gostaríamos de ajudar a eleger. Somente os votos válidos são considerados na contagem, não podemos nos esquecer disso.

Nas futuras eleições, vamos exigir que promessas de campanha sejam registradas em cartório e que os políticos sejam obrigados a cumpri-las sob pena de perderem o mandato.

Exigir também que as boas idéias, independente de quem as tenha tido, sejam postas em prática, por quem quer que seja que vença a eleição.

Exigir que qualquer projeto que tenha dado certo, se transforme em lei cabendo então ao “Estado” dar continuidade a ele, deixando assim de ser “propriedade” de políticos, pois não podemos nos esquecer que, o que está em jogo somos nós, cada um.dos brasileiros, o nosso país e não a vaidade de parlamentares.

Política como função e não como profissão; ao final de cada mandato, o político voltar à sua profissão anterior, ou seja, trabalhar na sua profissão para viver.

Finalizando, penso que devemos nos incomodar com certas coisas aparentemente sem solução, mas em principio erradas e tentar transformá-las.

Aristóteles, filósofo grego do século III a.C, diz que “os legisladores tornam bons os cidadãos por meio de hábitos que lhes incutem. Esse é o propósito de todo legislador, e quem não logra tal coisa falha no desempenho da sua missão”.

Do que pensava Aristóteles acerca de 2400anos, podemos extrair que, cabe aos políticos a idoneidade obrigatoriamente, porque são eles que tornarão bons os cidadãos por meio de hábitos que lhes serão incutidos. Assim, me parece que temos todo o direito de exigir que tenham os políticos bons hábitos a fim de que possamos aprender com eles. Cabe aos políticos cuidar do destino do país e seu povo, sendo assim, eles têm que estar preparados moral e intelectualmente, não é função para ser exercida por picaretas desqualificados.

Espero que não seja visto como utopia, pensar que devemos exigir políticos idôneos, capazes de conduzir com dignidade nosso país.

segunda-feira, agosto 14, 2006

Eleições 2006 (1)

Acabei de assistir o pronunciamento do exmo Presidente do superior tribunal eleitoral. Nele, o Ministro Marco Aurélio, conclama a que os brasileiros escolham com muito cuidado em quem votar. Que procurem saber do futuro, (através das participações no horário eleitoral gratuito); do presente, (o que cada político anda fazendo); do passado, (o que cada um fez de bom e de mau).

Coitado do povo brasileiro! Por mais que queira, não tem tempo e nem condição de fazer isso. Melhor seria que o próprio TSE tivesse poder de vetar candidaturas absurdas tais como as de políticos envolvidos em corrupção (esquemas sanguessugas, saúvas, mensalão, e outros menos votados).

Seria interessante que fosse pensado um jeito de só se permitir candidaturas qualificadas, éticas. Candidaturas de políticos que soubessem o que significa democracia representativa, pelo menos. Afinal eles nos representam e é lamentável ser representado por alguns desses políticos desqualificados que povoam o Congresso. Que bom se o TSE pudesse influenciar nas escolhas, no bom sentido, de modo que fôssemos presenteados só com bons candidatos e nossa função fosse escolher, entre eles, os melhores.

Por enquanto, sigamos o conselho do Ministro e, como cooperação, sugiro uma olhada atenta no site http://perfil.transparencia.org.br, o qual apresenta uma espécie de folha corrida de cada um dos candidatos que concorrem nessa eleição de 2006.

quarta-feira, agosto 02, 2006

"sanguessugas"

Sanguessugas

Os estragos que alguns políticos e empresários provocaram na saúde e na educação brasileira é de estarrecer. O cidadão brasileiro não pode simplesmente ler, tomar conhecimento do que está acontecendo e esperar que "alguém" tome providências. É preciso ler, se indignar e agir.Como assim, agir? É possível agir!
Podemos começar recortando o jornal com os nomes dos parlamentares envolvidos e guardar, p’ra NUNCA mais votar neles. Leiam o que vem a seguir, e respondam se podemos agüentar isso:

De acordo com "O Globo" de 30/07/06, o valor das propinas acertadas com parlamentares envolvidos no esquema dos sanguessugas chegou a R$ 12,8 milhões, sendo que R$ 5,3 milhões foram pagos em dinheiro ou presentes, sendo R$ 4,3 milhões para deputados e senadores; e R$ 1 milhão para prefeitos. E onde eram feitas as maiorias das operações? Resposta: em apartamentos, sítios e nos gabinetes de alguns deputados no Congresso Federal. NO CONGRESSO! Lá, eles combinavam o esquema para as vendas superfaturadas de ambulâncias, ônibus escolares e computadores destinados à inclusão digital. É pr’a isso que existe o Congresso? Evidentemente que não. Não é para se envolver em esquemas corruptos, que elegemos os nossos representantes; afinal de contas não é pouco o que se gasta com eles; não é pouco o que ganham, ainda mais se considerando toda a verba que é destinada para as atividades dos congressistas.
O mesmo se pode dizer dos prefeitos. São escolhidos para administrar as cidades e não para, se prevalecendo de sua posição, fraudar licitações.uperfaturando preços de ambulâncias e também de computadores destinados à inclusão digital.

O Brasil precisa sair do atoleiro em que se encontra metido e não será com esses políticos desonestos que conseguiremos. Todo parlamentar comprovadamente envolvido em corrupção deve ser punido e afastado definitivamente da política brasileira sem direito a retorno. Fora com mensaleiros, sanguessugas e outros menos votados, porém igualmente corruptos.

Felizmente, como Merval Pereira apresenta em sua coluna, a tese do deputado Miro Teixeira de que o artigo XIV da Constituição Federal, em seu parágrafo 10, permite que seja impugnada a posse de um político eleito que tenha contra si provas "de abuso do poder econômico, fraude ou corrupção"... permite que, se acaso sejam eleitos, possamos nos livrar deles. (ler coluna do Merval de 30/07/06 do jornal O Globo).

Também, felizmente, um projeto de lei do senador Antônio Carlos Magalhães, impede a existência de emendas na destinação de verbas. É o chamado orçamento impositivo.Uma vez definida a verba, cumpra-se sua função Nada de emendas de parlamentares sanguessugas. Olho neles! Olho nessas aves de rapina!

Podemos agir, escrevendo, telefonando, enviando e-mail para o congresso, enfim pressionando, para que esse projeto seja transformado em lei.

Atenção cuidado com os sanguessugas!

Sanguessuga: verme do filo dos anelídeos, da classe dos hirudíneos, que habita as águas doces e tem ventosas com que se liga aos animais a fim de sugar-lhes o sangue; pessoa que explora outra lhe pedindo constantemente dinheiro;chupa –sangue.
(Dicionário – Aurélio)

E esse esquema, segundo um dos mafiosos, Luis Antônio Vedoin, teria começado a operar há 7 anos. Que prejuízo! Que horrível! Que tristeza!

domingo, maio 28, 2006

INSS em questão

INSS EM QUESTÃO

A seção “Mala Direta” do caderno Economia do “O Globo” apresenta os problemas colocados pelos leitores e, logo abaixo, as respostas das empresas envolvidas. Em alguns casos, segundo essas mesmas empresas, os problemas já foram resolvidos e, em outros, elas argumentam, recusando-se a aceitar as reclamações.

O que existe de interessante nessa história, é o acompanhamento que se pode fazer das questões levantadas pelos cidadãos. Lamentavelmente, o mesmo não acontece com a seção “Cartas dos Leitores”. No jornal de hoje foi possível ler 7, (SETE), cartas reclamando do descaso do INSS com respeito a benefícios aos quais os leitores que escreveram tem direito e estão até hoje à espera dos mesmos.

Os leitores esperam que o jornal ceda a essa instituição um espaço para que se pronuncie, dando uma satisfação aos reclamantes, tal como acontece na seção “Mala Direta”, ainda mais que o que mais se lê na seção cartas dos leitores, são cartas reclamando de benefícios que deveriam ser concedidos pelo INSS, e não são.

sábado, maio 27, 2006

educação II - Pedro II entra em greve segunda feira

Greve de gari ou de motorista de ônibus incomoda. Ainda mais se forem ditas, “por tempo indeterminado”; aí, as autoridades procuram resolver o mais rápido possível os possíveis impasses, uma vez que essas greves causam problemas imediatos à população e por isso não podem durar muito tempo.

Já uma greve de professores parece não incomodar ninguém o “por tempo indeterminado”, ou seja, parece não incomodar ninguém o fato de nossos alunos terem suas aulas paralisadas e em conseqüência um aprendizado de má qualidade. Essa indiferença, a longo prazo, significa que o nosso país continuará mergulhado no subdesenvolvimento. E a quem pode interessar isso? Como é possível que os nossos governantes tratem a educação desse jeito?

No segundo semestre de 2005, o colégio Pedro II esteve em greve por cerca de três meses. Vocês acreditam que uma greve de garis demore uma semana para ser resolvida? Eu penso que não, devido aos transtornos que causaria à cidade. As conseqüências de uma greve dessa categoria profissional são facilmente percebidas, diferentemente do mal que causa uma greve de professores.

As reivindicações de todas as categorias têm que ser ouvidas e tratadas com respeito, ainda mais, os professores, responsáveis que são pela formação dos nossos jovens e crianças, futuro do Brasil.

segunda-feira, maio 22, 2006

Educação

Uma grande faixa colocada na frente do colégio Pedro II DO Engenho Novo, diz:

“O Presidente Lula não cumpriu o que foi combinado. O ano letivo de 2006 pode ser prejudicado”.

Não dá para entender, pois na semana passada o presidente declarou que toda violência ocorrida em São Paulo é conseqüência da pouca atenção dos governos anteriores com a educação, ou seja, a falta de investimentos na educação teria sido responsável pelos atuais maus feitores.

Será que o presidente Lula não teme que futuramente também seja responsabilizado pela continuação da violência resultante da continuação do descaso das autoridades com a educação?

E a greve da UERJ que não termina? Recentemente a imprensa noticiou a dinheirama que foi destinada à ONG”S no Estado do Rio de Janeiro. Pagar salários dignos aos professores e funcionários do Estado não seria uma atitude mais adequada da governadora, ou também ela não está nem aí para a educação, tal e qual a maioria dos nossos governantes?

quarta-feira, maio 10, 2006

Democracia Participativa X Democracia Representativa

Democracia participativa existiu há 2500 anos atrás, quando o povo grego de diversas classes sociais se reunia em praça pública e discutia assuntos de interesse de todos. Existe, hoje, os que acreditam que essa prática possa ser retomada, fazendo-se da Internet, a grande praça virtual, onde os assuntos seriam apresentados e discutidos. Pode ser que seja possível mas, querem saber, passa de hora de darmos à tecnologia, à informática, à Internet, o valor que deve ser dado. Em última análise, são instrumentos que devemos utilizar pra melhorar nossa vida, mas cá pr’a nós, reconheçam, não podem tudo. Assim, devemos ver a democracia participativa, conforme o modelo grego, como algo superado e praticamente impossível de ser recuperada. No entanto, debates sobre questões públicas, podem ocorrer entre moradores de uma mesma rua, de um mesmo prédio e até de um mesmo bairro. Isso seria muito interessante! Quem dera que tal coisa voltasse a acontecer. Porém, em assuntos macros do País, não se pode pensar em democracia participativa, uma vez que não podemos estar todos ao mesmo tempo em praça pública, discutindo as questões.

Assim, somos obrigados, uma vez que preferimos o regime democrático às outras opções, a escolher alguém que nos represente. E aí está o X do problema, que é, não podemos ser representados por alguém que não esteja preparado para tal, e isso quer dizer o seguinte: o cidadão candidato a nos representar tem que estar intelectualmente e ser moralmente preparado. E aí, como isso se resolve? Respondo, a Educação resolve. Precisamos de uma educação com qualidade para todas as classes sociais e nas diversas classes, poderíamos escolher a dedo os que tivessem vocação política respaldada por uma postura ética que se deseja em um político. Após as escolhas, prepararemos esses eleitos para que exerçam com dignidade suas funções. E os salários? E o custo desses nossos novos políticos? tem que ser um custo palatável, digerível, um preço que possamos pagar e pagaremos sem indignação.

Atualmente as pessoas de caráter e preparadas se esquivam, quando consultadas se aceitariam ocupar determinada função, dizendo, “eu não quero esquentar minha cabeça com isso”. Resultado, os cargos são ocupados, muitas vezes, por pessoas com nenhum preparo e, infelizmente, também muitas vezes, sem nenhum caráter, feito Macunaíma, o herói brasileiro de Osvaldo de Andrade.

Qual a razão disso? É que, não raramente, escolhemos nossos representantes, na base da brincadeira (votamos no pipoqueiro da pracinha, porque ele é gente boa), da simpatia pelo candidato, pela beleza ou carisma pessoal dele, ou até mesmo atendendo solicitação de algum conhecido nosso. Nesses momentos esquecemos de muitas coisas, como por exemplo, que alguém despreparado é facilmente envolvido e influenciado por idéias alheias, e essas idéias podem trazer conseqüências desagradáveis para as pessoas que votam sem ter uma idéia precisa do que pode o voto. E o que pode o voto? O voto dá o poder a que outras pessoas decidam coisa que nos dizem diretamente respeito. Muita coisa. Por exemplo, aumentar ou não os salários, diminuir ou não a alíquota do imposto de renda, construir ou não um hospital, aumento de seus próprios salários (dos parlamentares), tudo isso é decidido através de leis elaboradas pelos políticos nos quais votamos.

E o comportamento ético deles? como aceitar que o plenário da câmara dos deputados desqualifique, tal como vem fazendo, as decisões da comissão de ética da CPMI do mensalão, absorvendo os deputados que conforme parecer dessa comissão de ética, deveriam ser cassados?

Como aceitar que façam acordos entre eles, acordos esses que na maioria das vezes, nem perto passa dos interesses dos seus respectivos eleitores?
Essas coisas têm que ficar bem resolvidas, afinal não estamos aqui para eleger políticos para cuidarem dos seus próprios interesses! Não podemos nos esquecer, tudo passa pela elaboração das leis. São elas que determinam como as coisas são e serão para nós, assim sendo, não podemos desconhecê-las, nem permitir que leis absurdas sejam aprovadas. O povo tem que dar um jeito de criar seu próprio lobby e participar mais dos diversos plenários a fim de que sejam aprovadas leis que realmente cuidem do seu interesse.

quinta-feira, maio 04, 2006

Desperdício de dinheiro (cont.)

DESPERDÍCIO DE DINHEIRO, (CONTINUAÇÃO)

A repercussão da reportagem do “O Globo”, a respeito da farra do combustível por parte de alguns políticos, foi muito grande , que até podemos dizer que abalou os alicerces da classe política. Volto a esse tema, por considerá-lo por demais relevante e também porque, acredito que além desse caso existem muitos outros assuntos que devemos discutir e resolvê-los de maneira objetiva em prol de nossa sociedade.

Muito se pode extrair desse episódio a partir do posicionamento dos próprios parlamentares:

1) Não só nessa questão, como em muitas outras, de interesse do nosso povo, vemos a atuação firme dos (as) Procuradores da República através do Ministério Público apontando falhas e denunciando irregularidades, de modo que devem contar com o apoio total e irrestrito de todos nós; deveríamos, mesmo, sempre que possível, alardear nossa posição de apoio, em relação à esses funcionários;

2) Deputado critica matérias sobre farra dos combustíveis

O deputado Cabo Júlio (PMDB-MG) foi ao plenário da Câmara protestar contra a divulgação da lista dos parlamentares que gastam altas somas com combustíveis. No discurso, ele exigiu que a Mesa da Câmara tome providências para punir os jornalistas que, segundo ele, estariam generalizando e tentando colocar no mesmo balaio os 513 deputados.
Recentemente, no episódio das charges do profeta Maomé feitas pela imprensa européia que gerou forte reação do povo islâmico, o que mais se falou foi que a liberdade de imprensa deve ser respeitada. Concordo, embora considere que a liberdade de expressão não seja um valor absoluto e por isso mesmo pense como José Saramago que disse que liberdade tem limites e compromisso de responsabilidades no espaço onde atua, conforme escreveu Augusto Marzagão, no jornal “O Globo”, em sua coluna intitulada “Liberdade“,do dia 24/04/06.

São episódios completamente diferentes: no primeiro caso trata-se de uma informação sobre o descaso com o dinheiro público por parte de alguns políticos. Isso, não só deve ser denunciado como impedido. Para tanto devemos prestar atenção no trabalho do ministério público, apoiando e incentivando sempre; a imprensa deve ter total autonomia para cumprir sua função em casos como esses, principalmente em países democráticos como o nosso. Sem discussão.
No episódio das charges, pode-se discutir se liberdade de imprensa inclui brincar com o sentimento religioso de um povo.





O deputado Cabo Júlio também protestou contra a decisão da Mesa de discutir a mudança da destinação da verba indenizatória, por causa da suspeita de uso de notas frias pelos parlamentares para justificar os gastos. O corregedor da Câmara, Ciro Nogueira (PP-PI) sugeriu que a verba para combustíveis seja limitada a R$ 4,5 mil mensais.

"... A Mesa tem o dever de punir os jornalistas da Rede Globo que estão fazendo essa generalização", reclamou Cabo Júlio.

Ele ainda reclamou das críticas com os gastos em passagens aéreas. "Querem o quê? Que nós venhamos trabalhar de bicicleta?", protestou.

Verba indenizatória, verba para combustíveis, auxílio moradia, etc...Vocês não concordam que esteja ocorrendo um desperdício de dinheiro, (considerando a famosa relação custo / benefício), e que esteja na hora de reduzir os custos com políticos no Brasil?

Já que citamos o deputado cabo Júlio como a voz que se levantou, entre os políticos, contra a atuação da imprensa, vamos citar também o que disse o deputado do PFL Francisco Rodrigues a respeito de seu próprio envolvimento no caso:

“O que é de direito, não enjeito”

Esta frase proferida pelo deputado, referindo-se à gastança que pratica com combustível, nos dá bem a idéia de que precisamos estar mais atentos ao que motiva nossos parlamentares nas elaborações das leis. Nós, participantes de um regime em que vigora a democracia representativa, esperamos que criem leis que defendam realmente nossos interesses, nos representando, e não leis que nos cause indignação.


Mudando de assunto, quais serão as conseqüências da nacionalização do gás e do petróleo, na Bolívia, pelo presidente Evo Morales?

No mundo globalizado de hoje, as relações entre países democráticos, passam pelo cumprimento dos contratos. No entanto, deve ser duro para um presidente realmente preocupado com seu povo, vê-lo mascando folha de coca para aplacar a fome, enquanto outros países se beneficiam de recursos naturais de seu país.

Também não podemos nos esquecer que o Brasil está para a Bolívia, assim como os Estados Unidos está para o Brasil, ou seja, é uma relação de um país rico e forte com outro pobre e mais fraco.

A lição que fica desse episódio, qualquer que seja seu desfecho, é que em uma relação entre dois países soberanos, ambos devem ser beneficiados, ou seja, o povo desses países deve prosperar sempre, tanto o do mais rico quanto o do mais pobre, caso contrário, não faz qualquer sentido esse relacionamento.

terça-feira, abril 25, 2006

Desperdício de dinheiro

“Gasto de deputados com gasolina daria 6 idas à lua.”

Texto 1

Começo hoje. Não que somente hoje, agora, tenha despertado minha atenção, as mazelas que constantemente afligem a todos nós. O negócio é o seguinte: ontem, aprendi, “sozinho”, sem a ajuda da minha filha caçula e do meu genro, a fazer um "blog" e então fiz o meu. Tenho a pretensão que ele suscite debates que nos desperte a todos, fazendo com que nos movamos em direção à ação necessária.

Dei-lhe o título, “Tô Atento”! Qualquer um, tem todo o direito de querer saber, a que veio esse título. E eu respondo: veio com o propósito maior de acordar a indignação adormecida em nós. Temos que ampliar com lente de aumento nossa capacidade de nos indignarmos com fatos que nos chegam, através dos diversos tipos de mídia, (falada, escrita e televisada).

Há muito me incomoda o nenhum uso que fazemos dessas informações sobre esses fatos. Os repórteres garimpam exaustivamente os acontecimentos buscando incansavelmente as notícias , e o que fazemos com elas? Tomamos conhecimento, nos indignamos um pouquinho, deixamos escapar um leve muxoxo e viramos a página. Nos falta, ação! Não uma qualquer, mas as ações pertinentes, democráticas, compatíveis com as informações recebidas.

Tô atento à que? A tudo que diga respeito aos absurdos cometidos contra a nossa sociedade. Atento aos abusos cometidos, como por exemplo, o abuso apresentado na reportagem publicada no jornal “O Globo” de 23/04/2006 a respeito dos gastos dos políticos com combustível.

“Gasto de deputados com gasolina daria 6 idas à Lua. Reembolso por despesas com combustível chegou a R$ 41 MILHÕES”.

Tanta coisa poderia ser feita com esse dinheiro em prol da sociedade em que vivemos.... Nossa reclamação não carece de sentido, uma vez que, como é dos nossos bolsos que ele sai, precisamos estar atentos ao que fazem com ele. O deputado Francisco Rodrigues (PFL-RR) foi o que mais recebeu reembolso por supostas despesas com gasolina este ano, R$ 60 mil, e admite: “Um almoço para o qual não consigo nota justifico como combustível”, diz o texto da manchete do jornal. Não podemos nos esquecer que é com o dinheiro que, literalmente, sai dos nossos bolsos, que ele paga esse almoço.

Pr’a começar é preciso cortar, no mínimo pela metade, essa chamada verba de representação. É preciso, em fim, diminuir os custos com os políticos de modo que a famosa relação “custos / benefícios”, seja plausível. Afinal, quanto estamos pagando para que eles trabalhem para nós? E o que eles produzem em nosso benefício nos representando? Se, ao invés de sociedade que paga, fôssemos uma empresa, há muito já teríamos pensado nisso e encontrado uma solução, ou teríamos falido. No caso em questão, a nossa, é o retrato acabado de uma sociedade falida.

Um país carente como o nosso, tão necessitado de hospitais que funcionem, (SAÚDE), e de escolas que nos libertem dos analfabetos e dos analfabetos funcionais, escolas que estimulem a leitura, a escrita, a discussão, o debate, (EDUCAÇÃO), não pode se dar ao luxo de bancar gastos dessa natureza. Precisamos, como já foi dito acima, aumentar nossa capacidade de nos indignarmos e exigir que essas distorções sejam corrigidas.

Há 2500 anos atrás, Aristóteles falava o seguinte, a respeito das responsabilidades dos políticos e do comportamento ético esperado de cada um de nós:

“...os legisladores tornam bons os cidadãos por meio de hábitos que lhes incutem. Esse é o propósito de todo legislador, e quem não logra tal desiderato falha no desempenho da sua missão. Tudo depende dos hábitos que adquirimos desde a juventude pois disso dependerá a formação do nosso caráter”.

(Aristóteles - Ética a Nicômaco II – 1-1103 b – 5 até 25)

Ps.: Os assuntos apresentados / discutidos neste blog, serão necessariamente retomados. Vamos efetuar monitoramento atento, independentemente da ação tomada ou mesmo da eventual solução do problema. Explico: não podemos cochilar senão a “coisa” volta a acontecer.

Comente e sugira questões para serem colocadas em discussão.

domingo, abril 23, 2006

Estréia

Esta é uma mensagem teste para o blog Tô Atento.