quarta-feira, maio 10, 2006

Democracia Participativa X Democracia Representativa

Democracia participativa existiu há 2500 anos atrás, quando o povo grego de diversas classes sociais se reunia em praça pública e discutia assuntos de interesse de todos. Existe, hoje, os que acreditam que essa prática possa ser retomada, fazendo-se da Internet, a grande praça virtual, onde os assuntos seriam apresentados e discutidos. Pode ser que seja possível mas, querem saber, passa de hora de darmos à tecnologia, à informática, à Internet, o valor que deve ser dado. Em última análise, são instrumentos que devemos utilizar pra melhorar nossa vida, mas cá pr’a nós, reconheçam, não podem tudo. Assim, devemos ver a democracia participativa, conforme o modelo grego, como algo superado e praticamente impossível de ser recuperada. No entanto, debates sobre questões públicas, podem ocorrer entre moradores de uma mesma rua, de um mesmo prédio e até de um mesmo bairro. Isso seria muito interessante! Quem dera que tal coisa voltasse a acontecer. Porém, em assuntos macros do País, não se pode pensar em democracia participativa, uma vez que não podemos estar todos ao mesmo tempo em praça pública, discutindo as questões.

Assim, somos obrigados, uma vez que preferimos o regime democrático às outras opções, a escolher alguém que nos represente. E aí está o X do problema, que é, não podemos ser representados por alguém que não esteja preparado para tal, e isso quer dizer o seguinte: o cidadão candidato a nos representar tem que estar intelectualmente e ser moralmente preparado. E aí, como isso se resolve? Respondo, a Educação resolve. Precisamos de uma educação com qualidade para todas as classes sociais e nas diversas classes, poderíamos escolher a dedo os que tivessem vocação política respaldada por uma postura ética que se deseja em um político. Após as escolhas, prepararemos esses eleitos para que exerçam com dignidade suas funções. E os salários? E o custo desses nossos novos políticos? tem que ser um custo palatável, digerível, um preço que possamos pagar e pagaremos sem indignação.

Atualmente as pessoas de caráter e preparadas se esquivam, quando consultadas se aceitariam ocupar determinada função, dizendo, “eu não quero esquentar minha cabeça com isso”. Resultado, os cargos são ocupados, muitas vezes, por pessoas com nenhum preparo e, infelizmente, também muitas vezes, sem nenhum caráter, feito Macunaíma, o herói brasileiro de Osvaldo de Andrade.

Qual a razão disso? É que, não raramente, escolhemos nossos representantes, na base da brincadeira (votamos no pipoqueiro da pracinha, porque ele é gente boa), da simpatia pelo candidato, pela beleza ou carisma pessoal dele, ou até mesmo atendendo solicitação de algum conhecido nosso. Nesses momentos esquecemos de muitas coisas, como por exemplo, que alguém despreparado é facilmente envolvido e influenciado por idéias alheias, e essas idéias podem trazer conseqüências desagradáveis para as pessoas que votam sem ter uma idéia precisa do que pode o voto. E o que pode o voto? O voto dá o poder a que outras pessoas decidam coisa que nos dizem diretamente respeito. Muita coisa. Por exemplo, aumentar ou não os salários, diminuir ou não a alíquota do imposto de renda, construir ou não um hospital, aumento de seus próprios salários (dos parlamentares), tudo isso é decidido através de leis elaboradas pelos políticos nos quais votamos.

E o comportamento ético deles? como aceitar que o plenário da câmara dos deputados desqualifique, tal como vem fazendo, as decisões da comissão de ética da CPMI do mensalão, absorvendo os deputados que conforme parecer dessa comissão de ética, deveriam ser cassados?

Como aceitar que façam acordos entre eles, acordos esses que na maioria das vezes, nem perto passa dos interesses dos seus respectivos eleitores?
Essas coisas têm que ficar bem resolvidas, afinal não estamos aqui para eleger políticos para cuidarem dos seus próprios interesses! Não podemos nos esquecer, tudo passa pela elaboração das leis. São elas que determinam como as coisas são e serão para nós, assim sendo, não podemos desconhecê-las, nem permitir que leis absurdas sejam aprovadas. O povo tem que dar um jeito de criar seu próprio lobby e participar mais dos diversos plenários a fim de que sejam aprovadas leis que realmente cuidem do seu interesse.

3 comentários:

Anônimo disse...

È isto ai! M o grande desafio é justamente formar politicamente os cidadãos nos ambientes escolares. Pois na maioria das vezes os primeiros a necessitarem de formação são os educadores que teoricamente já fazem concretamente o papel de levar o aluno a ser verdadeiramente - cidadão. Parabéns!

fulco disse...

A Lei da "Fcha Limpa"e um exemplo de democracia participativa na atualidademeu caro.

Anônimo disse...

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